Durante a sua história centenária, o Paysandu Sport Club adquiriu uma legião de torcedores. Não importava a situação financeira, a religião, a raça, absolutamente nada do tipo, porque torcer para “o time do povo”, como é conhecido também o Papão da Curuzu, é fazer parte de uma torcida igualitária e sem preconceitos. Nessa história, surge o torcedor do Paysandu Gabriel de Souza Castro, Sócio Bicolor, Sócio Proprietário e Remido do Paysandu.

 

Gabriel nasceu em 18 de Março de 1930, e começou a frequentar o Estádio da Curuzu nos jogos do Paysandu logo com os seus 12 anos de idade. O lendário torcedor bicolor tinha uma característica: em todos os jogos do Paysandu, ele chegava ao estádio tocando uma gaita. Isso fez com que Gabriel fosse reconhecido de forma fácil entre os torcedores. Ele também foi um dos torcedores que teve o prazer de ver de perto a goleada do “Clube do Suíço” em cima do maior rival por 7 a 0, no dia 22 de Julho de 1945, que no ano que vem, completará 70 anos.

Sobre a sua característica de torcer, Gabriel Castro ressaltou que o seu instrumento musical foi adquirido na época de carnaval nos anos 40, e ele acabou incorporando a gaita na sua ida aos jogos na Curuzu. “Naquela época de carnaval, eu acabei comprando uma gaita para ficar tocando no Estádio. Então todo jogo eu vinha com ela para a Curuzu, sempre tocando e fazendo a festa de quem estava perto de mim. Até hoje eu possuo a minha gaita guardada com todo o amor e carinho em um bazar que fiz somente com coisas do Paysandu”, disse.

Sobre as reformas realizadas no Estádio da Curuzu, Gabriel afirma que cada reforma feita dentro do Paysandu é um marco para a história do clube, e que é um bem que ficará para sempre. “Eu posso dizer que isso é uma coisa que irá ficar para a história do Paysandu. Uma reforma como essa que passou pela Curuzu eu nunca tinha visto acontecer. Me orgulho também de ter contribuído para essa reforna, pois comprei dois blindexs que estão agora aqui na Curuzu e que ficarão por 20 anos. A reforma da estrutura do patrimônio do Paysandu é muito importante para deixar os locais mais bonitos e com melhores condições para os torcedores”, disse Gabriel.

Gabriel se tornou Sócio Proprietário do Paysandu em 1949 e conquistou, em 1972, o título de Sócio Remido do Paysandu, com o título de número 37. Em 1998, foi considerado um dos padrinhos do futebol bicolor, na ocasião da conquista do Campeonato Paraense daquele ano, conquistado de forma invicta. Na ocasião, Gabriel recebeu das mãos do presidente Ricardo Rezende uma medalha de ouro pela sua dedicação. De 1994 a 2006, Gabriel exerceu o cargo de Conselheiro Deliberativo. No final deste ano, ele recebeu das mãos de Nabor de Castro e Silva, o título de Sócio Benemérito do Paysandu.

Para finalizar, Gabriel resumiu a importância do Paysandu na sua vida. “O Paysandu é tudo pra mim, é a minha família. Para mim nada fica ruim quando se trata de Paysandu, seja na vitória ou na derrota. Sempre apoiarei o meu time, não importa quem esteja na frente do clube, mas sempre estarei acompanhando de perto e ajudando de alguma forma. Fico triste em ver ainda episódios de pessoas que façam algo que prejudica o clube, como jogar algo dentro do campo, pois o Paysandu é uma família, e não deveríamos prejudicar o clube que tanto nos deu alegria”, finaliza.

Seu nome agora está imortalizado na história do Paysandu. Na noite da última sexta-feira (29), ele foi homenageado pela Diretoria do Paysandu, onde a academia do clube agora possui o seu nome, além de possuir uma placa informando toda a sua trajetória dentro do clube bicolor.