As águas da Baía do Guajará estão prestes a ganhar um concorrente para receber as competições promovidas pela Federação Paraense de Remo (Fepar). Por intermédio de uma iniciativa da Diretoria de Náutica do Paysandu, o Parque do Utinga, em Belém, vai sediar um torneio experimental de barcos nos próximos meses. O espaço também deve ser usado para a realização de outras competições oficiais a partir do ano que vem.

Prevista para ser disputada entre setembro e outubro deste ano, a I Copa Amazônia de barcos curtos será uma espécie de regata piloto. “Não fará parte da regata do Campeonato Paraense. Será uma prova de barcos curtos, porque a princípio o transporte dos barcos para o lago gera uma mobilização difícil. Por isso escolhemos os barcos curtos, pois são menores. A gente fará uma regata com aproximadamente dez provas. E lá esperamos ser coroados pelo título de bicampeão paraense conquistado pelo Paysandu. Para nós, essa foi uma conquista ímpar, importantíssima”, comemora o diretor bicolor, Ulisses Sereni, que lembra que a equipe do Papão já conquistou o título estadual desta temporada com uma etapa de antecedência.

Bicampeonato paraense foi conquistado pelo Paysandu na regata disputada no dia 2 de julho

UMA DÉCADA DE LUTA

O desejo dos clubes e da Federação de realizar uma competição no lago Água Preta já é antigo. A ideia surgiu há dez anos, em 2007, quando o então presidente da Fepar, Flavio Acatauassu, solicitou a transferência das competições do Ver-o-Rio para o Complexo Bolonha, no Parque do Utinga. “Na época, o pedido foi negado por causa de questões ambientais. O então presidente da Confederação Brasileira de Remo prometeu até trazer para o lago uma regata do Campeonato Brasileiro. Seria algo muito importante e fantástico para o nosso Estado, mas nunca deu certo e isso veio me perturbando a cabeça desde quando assumi a Náutica do Paysandu. Eu novamente ascendi essa ideia e fui batalhando junto ao governo. Peguei alguns nãos, peguei alguns apoios, mas hoje posso dizer com uma grata satisfação e imenso prazer que nós, do Paysandu, com alguns aliados, conseguimos a autorização para fazer a regata no lago Água Preta. Valeu a pena”, detalha Ulisses Sereni.

Além do diretor de Náutica do Papão, o vereador Victor Dias, o ex-presidente da Fepar, Flavio Acatauassu, o sócio e atleta Gustavo Brasil, o atual presidente da Fepar, Luciel Caxiado, e o conselheiro coronel Bastos estiveram engajados na busca pela autorização do Parque. “Se não fosse o presidente do Ideflor-Bio entender que isso era legal e salutar ao público e que também seria uma boa utilização do lago, isso não sairia do papel”, agradece Sereni a Thiago Valente, ao gerente Júlio Meyer Junior e a toda sua equipe. “Valente foi uma pessoa preponderante nesse projeto conquistado. Então a partir daí nós conseguimos essa autorização".

Lago Água Preta pode ser tornar um novo ponto de realização de provas de regata, em Belém

Ulisses presenciou a emoção sentida pelo atual mandatário da Fepar, Luciel Caxiado, na última reunião. “Ele me disse que lembrou de quando ainda era remador, quase chorou! E agora nós estamos na fase de planejamento de como será essa regata”, conta.

A data do torneio será definida em breve pela Fepar, em parceria com os clubes participantes e os responsáveis pelo Parque do Utinga. “A gente já começou a planejar como será essa ação da I Copa Amazônia, que passa por controle de acesso ao parque, mobilização dos barcos, desmobilização após a competição, arquibancadas móveis, arbitragem, bombeiros e uma série de serviços e atividades que sem elas a gente não consegue realizar uma regata”, argumenta Ulisses Sereni.

CENTRO ESPORTIVO NÁUTICO

Outra iniciativa do diretor de Náutica do Paysandu foi a criação de um projeto para a construção do Centro Esportivo Náutico (Cenau) do lago Água Preta, prevista para iniciar em 2018. O espaço será composto por seis garagens náuticas para Paysandu, Clube do Remo, Tuna Luso Brasileira, Associação Guajará e outras duas vagas para esportes náuticos, como canoagem, stand-up, entre outros.

Atletas vão desfrutar de uma boa estrutura no espaço que será construído no Utinga

Também está prevista a construção de um auditório, para concentrar as atividades realizadas no local e controlar e orientar o público, além de um espaço concedido à Federação Paraense de Remo. O Cenau vai ter ainda uma academia, uma pequena carpintaria, onde os barcos serão reformados, além de um pátio de dois mil metros quadrados, que será usado para ajustes e alinhamento dos barcos. Por fim, um trapiche será instalado para os barcos descerem ao lago sem dificuldades. "Esse sonho está muito próximo de ser realizado, graças às iniciativas do Paysandu”, finaliza Ulisses Sereni.