Há menos de um ano no cargo máximo do Paysandu Sport Club, Tony Couceiro conquistou, na noite desta quarta-feira (16), seu primeiro título como presidente bicolor, a Copa Verde 2018. O dirigente já foi campeão na época em que era membro do Conselho Fiscal, vice-presidente do clube e vice-presidente do Conselho Deliberativo, mas a sensação agora é outra.

"A pressão é maior. O cargo de presidente, apesar de ter muita gente ajudando, é um cargo solitário. O presidente sofre muito mais que os outros, fica muito mais nervoso que os outros e tem muito mais responsabilidade. Embora o trabalho seja compartilhado, tudo que não dá certo cai nas costas do presidente, porque afinal de contas ele é o responsável", afirmou.

As comemorações, no entanto, serão rápidas. "O presidente não tem muita alegria, vive de pequenos alívios. A gente ganhou o título hoje, mas sábado já tem o São Bento-SP pela Série B e nós também não podemos perder para eles, então são alívios. Eu brinco que o presidente tem dois grandes alívios: o primeiro é quando ganha um jogo, que fica aliviado até o próximo jogo, e o segundo é quando paga uma folha salarial, que alivia até a folha seguinte", explicou.

Tony Couceiro acompanha diariamente os trabalhos do futebol profissional

Segundo Tony Couceiro, a vida de um clube é muito difícil, mas o trabalho responsável pode evitar fracassos. "O dinheiro do futebol sempre é contado, no Paysandu a gente segura o dinheiro na unha, que é para pagar todo mundo em dia, porque clube com salário atrasado cai. A prova disso foi 2017. Dos quatro clubes que caíram para a Série C, três tinham três meses de salários atrasados e isso nós não podemos deixar acontecer no Paysandu", defendeu.

O dirigente trabalha em conjunto com a Diretoria para tornar o Paysandu cada vez maior

O dirigente também mantém o pensamento de gerir o clube com pés no chão, como tem acontecido nos últimos anos. "Não podemos nunca fazer uma loucura para montar um time super caro e não conseguir pagar, não conseguir subir e acabar caindo. É sempre uma alegria ganhar um título, é para isso que se trabalha, é para isso que se investe todo tempo e dinheiro no clube, mas talvez mais importante que ganhar um título talvez seja deixar o clube organizado, equalizado financeiramente, sempre deixar para o próximo presidente um clube um pouco melhor do que estava quando você o pegou. Se todos seguirem assim, o Paysandu vai chegar a um nível que todos nós esperamos", projetou.

O presidente bicolor sempre participa de ações e eventos com a torcida 

Tony Couceiro reconhece ainda que uma administração não vive apenas de vitórias. "Nós nunca vamos acertar em tudo, nós sempre vamos errar. Vamos errar em contratação, em investimento, mas nós temos que diminuir essa margem de erro cada vez mais, para errar o mínimo possível", admitiu.

Por fim, o presidente bicolor lembrou que a caminhada do Papão continua, agora com outro objetivo. "É uma alegria tamanha, que realmente não tem como medir e eu espero que seja apenas o primeiro título. Se não formos campeões da Série B, que a gente vai lutar por isso até o último minuto, tomara que consigamos subir, pois já vai valer como um título o acesso à Série A. É o nosso objetivo mais importante do ano. Se conseguirmos, além desse título da Copa Verde, subir para Série A, o ano de 2018 terá sido totalmente proveitoso", finalizou.