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Núcleo de Fisioterapia encerra temporada com número de lesões abaixo de 2019

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Apesar do curto tempo de pré-temporada, quando 2020 começou, os fisioterapeutas do Paysandu Sport Club tinham a perspectiva de desempenhar um trabalho melhor do que já haviam realizado no ano anterior. Tanto que antes da pandemia, nenhuma lesão muscular tinha sido registrada. E mesmo após o recomeço das atividades presenciais, que tiveram de ser interrompidas por mais de 90 dias, o número total de atletas lesionados em um período de 12 meses diminuiu comparado a 2019.

“Todo final de temporada passamos por reavaliação, reestruturação, readaptação de métodos, para poder encarar os novos desafios. Não foi diferente em 2020. Fizemos uma boa pré-temporada, com alta intensidade, onde conseguimos através de um trabalho interdisciplinar, juntamente com a preparação física e fisiologia, desenvolver com êxito um método de prevenção e evitar que esses trabalhos iniciais desenvolvem lesões. Iniciamos o Campeonato Paraense ainda em pré-temporada e, no decorrer, até a paralisação por conta da pandemia, 18 de março, não tínhamos contabilizado nenhuma lesão muscular, comprovando que o trabalho planejado no início realmente surtiu efeito”, afirmou o fisioterapeuta Júnior Furtado, que está no Estádio Banpará Curuzu há mais de 20 anos e trabalha juntamente com Mário Carvalho, profissional da mesma área.

No pico do novo coronavírus no Pará houve lockdown em algumas cidades, como em Belém, onde somente serviços considerados essenciais funcionaram durante algumas semanas. Impossibilitados de treinar na Curuzu, os atletas realizaram atividades em casa, orientados pelos profissionais da comissão técnica. “Foi um ano de treinos online, a ciência teve de se adaptar, incrementar a tecnologia, e nós tivemos experimentos com isso, assim como todos os outros times. No retorno, voltamos com uma readaptação, com uma característica, atletas sem jogar praticamente ha três meses, fato que não havia acontecido anteriormente. Então para muitos clubes no Brasil, esse momento foi de alta incidência de lesões, justamente por conta dessa nova característica”, explicou Júnior Furtado.

SALDO POSITIVO

Apesar das mudanças no calendário, ao final do Campeonato Brasileiro da Série C, em 16 de janeiro, o Núcleo de Fisioterapia do Paysandu contabilizou um número de lesões menor do que na temporada passada. “O que muito se discute agora nesse pós-pandemia é justamente sobre a causa dessas lesões, de atletas que não apresentaram qualquer sintoma que pudesse avisar que um músculo estaria pronto para desenvolver lesão e se isso tem relação com o pós-Covid. Essa é uma pergunta que rola nos grandes clubes que trabalham com alta tecnologia, como Flamengo-RJ. O ano de 2020 foi atípico, que trouxe uma nova realidade e que trouxe uma necessidade de nos prepararmos para novas eventualidades, então o Paysandu tem focado nesse momento de recomposição, de repensar algumas ações objetivando a prevenção e não só a reabilitação das lesões esportivas. No total, tivemos em torno de 26 lesões, entre articulares e musculares, sendo 70% do total de lesões musculares, fator que foge totalmente do nosso padrão, que fica em torno de 50%, então é a dúvida, se esse aumento do estudo comparativo de 2019 para 2020 tem relação direta com a quantidade do período de paralisação e pandemia, ou ainda os organismos que desenvolveram essa patologia passaram pelo processo de recuperação, a sequela pode desenvolver ou favorecer uma lesão?”, questionou.

O fisioterapeuta lembra que estudos ainda não foram desenvolvidos, mas há indícios. “Por exemplo, muitas vezes conseguimos evitar lesões, pois acompanhamos o atleta no dia a dia, ele nos dá sinais, sintomas, que nos levam a racionar que está para desenvolver lesão, mas em alguns casos os atletas simplesmente amanheciam bem, treinavam e ao final, mesmo sem treino com volume muito grande, acabavam desenvolvendo lesão. Essa é a dúvida maior, mas mesmo assim conseguimos fechar a temporada com apenas um atleta no departamento médico e isso é de extrema importância para as pretensões que tivemos em 2020”, disse.

Com duas décadas de casa, Júnior Furtado acompanhou a evolução e o crescimento do seu departamento no clube, que é ligado à Diretoria de Saúde, ao longo dos anos. Não apenas em termos de equipamentos, ferramentas e espaço físico, como também metodologia de trabalho, raciocínio clínico em cima dos fatos diários, que é o atleta no pré-treino, durante treino e pós-treino. “As nossas sessões começam muitos antes do treinamento, desde uma identificação de esforço, formulário no café da manhã, para ter a percepção de como o atleta está correspondendo a carga de trabalho, sono, estresse, fadiga muscular, isso nos dá logo cedo uma condição de raciocinar e atuar de forma interdisciplinar para agir de forma direta na prevenção de uma pretensa lesão, de acordo com o que se coloca no aplicativo”, detalhou.

Já a reabilitação exige que os fisioterapeutas trabalhem de uma forma muito mais inteligente, a fim de evitar que lesões sejam constituídas. “Para isso implantamos o estúdio de pilates dentro do clube, onde trabalhamos até o final do ano com cerca de 20 atletas inseridos em grupos que desenvolviam essa atividade, com objetivos diferentes, de acordo com os resultados das avaliações de pré-temporada e durante o ano. Isso é uma evolução no processo de fisioterapia dentro do contexto do futebol e faz com que a gente tenha a certeza de que o caminho é esse e a cada nova temporada a gente possa buscar implementar mais métodos de trabalho e mais aprimoramento profissional”, projetou.

Por fim, Júnior Furtado acredita que 2021 será diferente de outros anos para o Núcleo de Fisioterapia. “Precisamos ter o entendimento de que essa nova temporada é consequência da temporada anterior. Não podemos entrar em 2021 tendo o mesmo raciocínio que tínhamos no início de 2020, sem nenhum tipo de perspectiva de paralisação ou pandemia. A gente precisa ter o entendimento que o campeonato vai ser longo em 2021, vai entrar em novembro e dezembro e somente em 2022 vai se reajustar. E quando falamos isso, a gente fala de tempo hábil, recuperação de esforço, a gente tem de ter o entendimento que nossos atletas trabalharam por 13 meses, mais de um ano, e a quantidade de dias de férias menor, justamente pela necessidade de se iniciar a nova temporada. Essa temporada 2021, quando começar com o primeiro jogo, necessita de um trabalho anterior de vários dias, várias semanas, então esse é o desafio: como ajustar uma folga tão pequena, um momento tão mínimo entre a transição de uma temporada desgastante para outra que também promete ser tão desgaste quanto. Esse é o novo desafio, que as ações interdisciplinares, principalmente fisiologia, preparação física, parte clínica, fisioterapia, o comando técnico, tem de estar totalmente integralizado para que a gente possa desenvolver um método de trabalho único e que venha trazer bons frutos”, finalizou.

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