
Poucos personagens da história bicolor gostavam tanto de ensacar o maior rival como Hélio Costa, cabeceador emérito e artilheiro consagrado. Homem comum, e nas horas vagas, ídolo de um clube gigante sedento por títulos. Como muitos ídolos que passaram pelo Paysandu, começou nas peladas de rua pelo Revoltoso Futebol Clube, pelo Pedreirense e depois pelo Santa Cruz, onde carimbou seu passaporte para fazer mágica com a camisa alvi-celeste.
Jogou no Paysandu por catorze anos, sendo notável por todas as suas qualidades técnicas e predicado de nato recordista. Liderou juntamente com Luiz Lebrego, o velho Quarenta “El Tigre” e o “cerebral” Guimarães, o “Esquadrão de Aço”, assim chamado pelo poderio ofensivo de seu ataque que triturava seus adversários.
Ainda, destacou-se marcando dois gols na lendária goleada de 7x0 sobre o Remo em 1945, jogo que proporcionou ao clube a arrancada para o tetracampeonato estadual e depois ao pentacampeonato, a maior série de títulos consecutivos do Paysandu. Hélio levantou os cinco troféus e marcou 237 gols, consagrando-se até 1974 – ano em que Benedito Pinho Leme, o Bené, encerrou sua carreira com 249 gols, ultrapassando-o- como o maior goleador de toda a história bicolor. Foi o artilheiro da sensacional campanha bicolor no pentacampeonato com 48 tentos.
Um perfeito “matador de leão”, por assim dizer, travando com o goleiro uruguaio Véliz, o “Vaca Braba” (um dos maiores ídolos de Antônio Baena), duelos homéricos nos quais na maioria das vezes saía vencedor.
Assinalou 47 gols em clássicos ReXPa, sendo até hoje o jogador que mais marcou no “Rei da Amazônia”.
Encerrou sua carreira em 1954 (coincidentemente ano em que outro mito começaria suas “travessuras” na Curuzu) em um amistoso com a Tuna, jogando os cinco minutos iniciais, dando lugar a Waldir Lebrego (Quarentinha), filho de “El Tigre”, seu contemporâneo.
Seguramente um herói mitológico que marcou época. Uma joia muito valiosa fabricada nos “ourives” do Leônidas Castro.