
Com seis títulos estaduais conquistados de um total de dez disputados, o Paysandu Sport Club terminou a década de 1980 como o maior campeão paraense. A fim de homenagear quem fez parte daquelas equipes, a Diretoria de Cultura bicolor convidou cinco ex-atletas bicolores para visitar o Estádio Banpará Curuzu, na manhã do último sábado (29). Eles foram presenteados com a nova camisa Paladino e receberam a carteirinha do programa Sócio Eterno Campeão, que dá acesso livre e vitalício a todas as partidas da equipe de futebol profissional como mandante.
Estiveram presentes no encontro os ex-jogadores Careca, João Duarte, Luis Augusto, Marcos Nogueira e Paulo Sérgio. Além deles, o grande benemérito Hernan Souza Filho, que mora nos Estados Unidos, também participou do encontro. Ainda no estacionamento do caldeirão bicolor, onde foram recebidos pelo presidente Mauricio Ettinger, eles relembraram várias histórias marcantes. Alguns não conseguiram segurar as lágrimas. “Cada um de vocês conquistou, no mínimo, um título na década de 80. Vocês vão receber uma carteirinha para acompanhar todos os jogos do Paysandu em Belém. A nossa intenção é trazer vocês aqui para matar um pouco da saudade do clube, ver o que mudou durante esse tempo. Atletas como vocês honraram nossa camisa e é por isso que o Paysandu é o maior campeão da Amazônia”, reconheceu o diretor da pasta, Luis Augusto.
Os campeões da década de 1980 foram homenageados pela Diretoria de Cultura e Memória
Os ídolos do passado conheceram as novas instalações administrativas do estádio e visitaram ambientes como sala de entrevistas, hotel, vestiário e galeria de troféus. “Quando eu cheguei aqui, vim numa leva 20 jogadores. Só eu fiquei e graças a Deus fui muito feliz. Quero parabenizar a todos pela criatividade e pela homenagem de fazer isso pelos campeões do Paysandu”, agradeceu Marcos Nogueira. “O Paysandu significou muito na minha vida. Conseguimos ser campeões em 84 e 85. Todo mundo sabe que eu sou torcedor do Paysandu. E fico feliz de ver uma estrutura enorme do clube. Estão todos de parabéns por essa homenagem prestada a gente”, completou João Duarte.
O grande benemérito Hernan Souza Filho também participou do encontro
Já Paulo Sérgio se emocionou ao falar do clube do coração. “O Paysandu foi o time que o meu pai me ensinou a amar. Eu fui um atleta que saiu da arquibancada. Vim assistir a um treino e fui chamado para o Sub-20. Hoje eu me sinto resgatado por essa diretoria e por esse clube. Me sinto um privilegiado por ser homenageado e lembrado pelo clube”, ressaltou.
Luis Augusto lembra que tudo começou na Curuzu. “Foi a primeira oportunidade que eu tive. O futebol nos traz surpresas maravilhosas. Eu era um peladeiro como muitos, até que tive a oportunidade de conhecer o Quarentinha como treinador. Eu já estava fazendo o terceiro ano do segundo grau, e quando se joga futebol, você tem de fazer uma escolha. Eu escolhi jogar futebol. Graças adeus parece que era a oportunidade que eu precisava e deslanchei muito rápido”, revelou.
Os homenageados ganharam uma camisa e a carteirinha Sócio Eterno Campeão
Depois de iniciar sua trajetória nas quadras, Careca lembra que foi transferido para o campo. “Aqui foi o começo de tudo. Eu, com 18 anos, fiz minha estreia no profissional. O Paysandu abriu as portas para mim para o cenário paraense e nacional. Fui também treinador das categorias de base por 12 anos. Com certeza com essa homenagem não tem como não ficar emocionado. O Paysandu fazer homenagem em vida é bom demais. Graças a Deus representei bem esse manto sagrado. Estou bastante feliz por ter sido lembrado ainda em vida”, exaltou.
Campeão paraense como jogador, em 1981, o hoje técnico Márcio Fernandes se encontrou com a turma logo após o treino. “Primeiro quero parabenizá-los pela ideia de reconhecimento dos atletas que encontrei. Foi um momento maravilhoso poder rever amigos, gente que eu tive do lado, como o Careca que jogou comigo, o Marcos Pipoca que joguei contra, o Duarte que em alguns momentos joguei a favor e outros contra. Mas foi um momento muito legal ali poder rever essas pessoas e outros jogadores que foram ídolos aqui no Paysandu. Acho que foi um ato maravilhoso, é um reconhecimento por todo trabalho que eles fizeram, por todo sacrifício que eles se doaram dentro do clube para fazer com que o clube crescesse ainda mais. E são poucos que lembram em vida dessas pessoas, de poder dar um reconhecimento, um carinho, porque essas pessoas ficam esperando algo a mais pelo clube que defenderam. Achei muito legal essa ideia e estão de parabéns. Sei que eles têm uma carteirinha vitalícia para poder ver todos os jogos do Paysandu em vida, então isso é muito gratificante, muito legal e é uma ideia que devia ser copiada por todas as outras equipes”, defendeu.